No início da última semana, a portaria n.º 4.025, de segunda-feira (2), Jaguaretama, Parambu e Tauá passaram a integrar a listagem de municípios com reconhecimentos vigentes.
Em seis cidades — Solonópole, Caucaia, Aiuaba, Independência, Madalena e Salitre —, a vigência do decreto termina ainda em 2024. Nas demais, a data de encerramento ocorre entre janeiro e maio.
A Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade) define os fenômenos da seguinte maneira:
Seca
Estiagem
Com o reconhecimento pelo governo federal, as prefeituras estão aptas a solicitar recursos da União para ações de proteção e defesa civil, como compra de cestas básicas, água mineral, refeição para trabalhadores e voluntários, kits de limpeza de residência, higiene pessoal e dormitório, entre outros.
Uma vez que o Ceará tem localidades onde o recurso hídrico não chega, como alguns distritos na zona rural, o tenente-coronel Haroldo Gondim, coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil do Estado, explica que algumas cidades precisam solicitar o reconhecimento da situação de emergência de forma recorrente. Esse procedimento possibilita o acesso, por exemplo, a carros-pipas.
“Já é uma rotina desses municípios, porque a solução de água ainda não chegou, seja por poço, seja por adutora. (…) Mesmo com a execução das obras hídricas, muitas vezes não chega até essas localidades. São essas comunidades que são afetadas, não tem solução no médio e curto prazo e acaba que a solução é carro-pipa”, afirma.
Segundo o relatório gerencial de reconhecimentos realizados, disponível no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, 43 cidades cearense tiveram reconhecimento de situação de emergência por seca ou estiagem ao longo de 2024.
Alguns municípios, como Jaguaretama, no Vale do Jaguaribe, tiveram solicitação atendida três vezes neste ano — nesse caso, dois decretos por seca e um por estiagem. Desde 2019, foram 12 reconhecimentos — quatro por seca e seis por estiagem. Veja, no gráfico abaixo, a quantidade para cada cidade nos últimos seis anos.
O tenente-coronel explica que o Governo do Estado também presta assistência a esses municípios, com ajuda humanitária. “Fazemos entrega de cestas básicas. Do ano passado para cá, entregamos quase 60 mil cestas básicas de 22 kg. (…) Nós também levamos essas demandas para o comitê de segurança hídrica para ver soluções futuras, até que um dia chegue a uma malha interessante”, exemplifica.
Atualmente, a Operação Carro-Pipa está em execução em 23 dos 28 municípios com reconhecimento de situação de emergência vigente. As exceções são Salitre — onde o projeto está temporariamente suspenso —, Irauçuba, Caridade, Boa Viagem e Meruoca.
A iniciativa é uma ação do Governo Federal coordenada pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e executada pelo Exército Brasileiro. O objetivo é levar água potável a comunidades preferencialmente rurais do Semiárido Brasileiro afetadas por seca ou estiagem.
Escrito por Gabriela Custódio e Lucas Falconery
Foto: Alex Pimentel