"A gestante teve a doença, confirmada laboratorialmente. Simultaneamente, ainda no tempo da doença, ela teve essa perda fetal", explicou ao g1 o secretário-executivo de Vigilância Sanitária do Ceará, Antônio Lima Silva Neto, o Tanta. A suspeita é que tenha ocorrido a chamada transmissão vertical, quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê. Segundo Tanta, foi feita uma necrópsia no feto e recolhidas amostras, que foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). Após a análise do Lacen, as amostras foram enviadas para a Fiocruz, no Rio de Janeiro. O resultado dos exames deve ser divulgado até esta terça-feira (13).
No início de agosto, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de óbito fetal causado por transmissão vertical da febre Oropouche. O caso foi registrado em Pernambuco, em uma gestante com 30 semanas de gravidez. Se confirmado o caso do Ceará, está será o segundo do país. Em julho, o Brasil também confirmou as mortes de duas mulheres da Bahia pela febre Oropouche. Até então, segundo o ministério, "não havia relato na literatura científica mundial" de ocorrência de óbitos por causa dessa doença. Os sintomas mais comuns da febre Oropouche são febre, dor de cabeça muito intensa (bem parecida com a dengue) e dores musculares, chamadas de mialgias.
Ainda não há tratamento específico disponível para disponível. A detecção da febre Oropouche é feita por um teste que utiliza biologia molecular e busca o material genético do vírus. A Secretaria da Saúde recomenda que a população procure uma unidade de saúde assim que sintomas aparecerem, e assim realizar os exames que possibilitem a detecção do vírus. Maciço do Baturité concentra casos da doença no Ceará Até a semana passada, Ceará havia confirmado, ao todo, 122 casos de febre Oropouche em seis municípios do estado, todos no Maciço do Baturité. Entre os 122 infectados, estavam 3 gestantes.
Veja a lista:
Aratuba (32), Pacoti (29), Mulungu (26), Capistrano (12), Redenção (20), Palmácia (03)