A fala ocorre no momento em que o Estado vive a iminência de uma greve geral na educação, devido às mobilizações no ensino superior e na rede estadual do Ceará. No próprio evento, profissionais da educação ensaiaram um protesto, mas tiveram alguns cartazes recolhidos pela equipe da Presidência, sob alegação de medida de segurança.
No evento, Lula esteve acompanhado do ministro dos Transportes, Renan Filho, do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Educação, Camilo Santana. Ele acompanhou as obras da ferrovia Transnordestina, no trecho no município de Iguatu, e anunciou a assinatura da ordem de serviço para o Ramal do Salgado, que será uma das entradas das águas da Transposição do Rio São Francisco no Ceará.
No discurso, ao destacar a educação, Lula afirmou que chamou Camilo para ser Ministro da Educação “porque o Estado do Ceará é o estado que tem o melhor exemplo de educação desse país”. Ele fez um rápido balanço de algumas ações adotadas pela gestão na área da educação nos primeiros 12 meses de governo e citou:
Outro ponto destacado por Lula como forma de reconhecimento ao Ceará foi a construção de uma sede do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza. A pedra fundamental do ITA Ceará foi lançada pelo presidente em janeiro, na capital cearense.
“Trouxemos o ITA de São Paulo para Fortaleza premiando a inteligência do povo do Ceará”, disse Lula reforçando o argumento já proferido em outras ocasiões.
Ainda sobre os feitos na educação, Lula destacou a criação de mais 100 Institutos Federais de Educação (IFEs) no país, dos quais 6 serão construídos no Ceará. Conforme destacado pelo presidente em Iguatu, a meta é construir 1.000 IFEs até o final da gestão.
No atual momento, o Ceará vivencia um conjunto de mobilizações na área da educação. No âmbito federal, os servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da Universidade Federal do Cariri (UFCA) estão em greve desde o dia 15 de março e reivindicam uma série de melhorias trabalhistas, dentre elas, reajustes salariais e mudanças no plano de cargos e carreiras.
Já os docentes das três universidades estão realizando um plebiscito consultivo sobre a possibilidade greve nas instituições federais cearenses.
No dia 9 de abril, às 16h, nos Jardins da Reitoria da UFC, será realizada a Assembleia Geral da categoria para votar a deflagração da greve com início no dia 15 de abril, segundo a Seção Sindical dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC). A greve dos professores federais é uma mobilização nacional e está inserida no contexto da campanha salarial dos servidores públicos federais.
Também no ensino superior, mas no âmbito estadual, os docentes das universidades Estadual do Ceará (Uece) e Regional do Cariri (Urca) aprovaram greve geral a partir desta quinta-feira (4) passada. Mas a Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingressou na Justiça contra a paralisação e o judiciário decretou a ilegalidade da greve. A representação sindical da categoria vai recorrer.
Na esfera estadual, professores do Ensino Médio também estão em processo de mobilização por melhorias trabalhistas, com inclusive, a aprovação de indicativo de greve. No mais recente cenário, o Governo Estadual apresentou uma proposta, após a categoria já ter tentado negociação, mas não ter obtido êxito.
Na quinta-feira (4), em uma assembleia que deveria ter deliberado sobre a greve, ocorreu uma confusão entre professores e seguranças levados pela diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos das Secretarias de Educação dos Municípios do Ceará (Apeoc).
O conflito foi motivado por discordâncias entre docentes e diretores da entidade, que após a proposta do Governo, dentre outros pontos, não colocaram em votação a proposta de greve, embora a paralisação continue defendida por boa parte da categoria.
Escrito por Thatiany Nascimento. Foto - Foto: Kid Jr
Fonte - Diário do Nordeste.