No tradicional prognóstico divulgado em janeiro, para os meses de fevereiro, março e abril, a maior tendência, com 45%, era de chuvas abaixo da média. Agora, o cenário é de maior probabilidade de ser dentro da normal climatológica. Em geral, a Funceme não divulga prognóstico nesta altura da quadra chuvosa.
No novo prognóstico, descrito em nota técnica, os outros cenários projetados são os seguintes:
Meiry explica que, no prognóstico de janeiro, as projeções eram muito próximas entre o que poderia ficar abaixo e dentro da normal climatológica. “As probabilidades eram muito próximas e refletiam as incertezas na previsão principalmente por causa do Oceano Atlântico”, afirma.
“A gente falava das previsões para o trimestre e a tendência de maior irregularidade a partir de abril e as probabilidades. Mas falando de números, era de 45% de chances do acumulado de ficar abaixo e 40% de chances de ficar acima”, detalha.
Ela também destaca outra questão que é a qualidade das chuvas. "Os modelos continuam indicando irregularidade no tempo e também no espaço". Ou seja, não necessariamente vai chover e chuvas devem não ser tão uniformes como foi observado em fevereiro, por exemplo.
No Ceará, a estação chuvosa propriamente dita vai de fevereiro a maio. Todos os anos, a Funceme divulga dois prognósticos climáticos: um tradicionalmente em janeiro, que é relativo aos meses de fevereiro a abril; e outro em fevereiro, sobre as probabilidades de março a maio. Mas, esse ano, o de fevereiro ainda não havia sido divulgado.
A gerente, no entanto, destaca a irregularidade na distribuição das precipitações no tempo e no espaço, no trimestre. "Isso já estava alertado em janeiro, e permanecemos com essa observação", avisa.
Isso também não significa que haja grandes volumes semelhantes aos de fevereiro e março. "Deve chover dentro da normalidade, mas guardada a relatividade das chuvas desse período", diz Meiry. De acordo com dados da Fundação, a média dos últimos 30 anos nesses meses é de:
No prognóstico climático dos começo do ano para fevereiro, março e abril os dados eram os seguintes:
Em janeiro, os modelos de previsão ainda apontavam para a tendência de uma “estação chuvosa mais curta este ano, ou seja, com principais acumulados de chuva entre os meses de fevereiro e março, sendo mais irregulares em abril e, principalmente, em maio”.
Quando o primeiro prognóstico foi divulgado, havia uma grande projeção de que a influência do El Niño, aquecimento do oceano Pacífico, geraria um ano de seca no Ceará. Mas, a tendência de chuvas abaixo da média, projetada por especialistas, pode não se confirmar. Um dos fatores, conforme noticiado pelo Diário do Nordeste, é o enfraquecimento do El Niño e o Oceano Atlântico com alta temperatura recorde.
“Ao longo dos meses, esse El Niño foi enfraquecendo. A tendência é de que as temperaturas vão ficar em torno da normal, o El Niño descaracterizado. O El Niño forte está associado com poucas chuvas na região Nordeste e no Ceará. O que está afetando agora é a condição do Oceano Atlântico toda quente”, explica Meiry.
Ela completa: "o El Niño vem perdendo a intensidade a cada mês. Mas o Atlântico continua muito forte. E esse Atlântico muito quente é que tem favorecido, desde fevereiro, é que a Zona de Convergência Intertropical se aproxime da nossa costa e fique ali influenciado e trazendo muita chuva para a gente".
O prognóstico é feito a partir da compilação de dados de modelos climáticos e as médias são estabelecidas a partir de referências de pelo menos três décadas no Ceará. Com isso, a Funceme indica probabilidades referentes a uma tendência média do volume acumulado de chuva para o trimestre como um todo no Estado e não para cada mês em específico.
A média normal climatológica no Ceará, para o período fevereiro, março e abril, é de 510,1 milímetros. E os parâmetros são os seguintes: