Nilton foi morto no dia 14 de abril de 2002, por volta das 4 horas, na rua Guilherme de Oliveira, ao lado da Praça da Bandeira. Conforme denúncia ofertada pelo Ministério Público Estadual (MPCE), Temóteo e Nilton tiveram um desentendimento durante uma festa, após este esbarrar naquele. O MPCE narra que Temóteo não aceitou o pedido de desculpas feito por Nilton e passou a enfrentá-lo, “momento em que Nilton o empurrou e foram contidos por colegas que acompanhavam”.
Ainda conforme a denúncia, Temóteo retirou-se do local e passou a esperar pela vítima na parte de fora da festa. Quando Nilton saiu do local em sua moto, acompanhado de mais duas amigas, Temóteo teria perseguido-o e fechado-o com o seu carro. Testemunhas dizem que Temóteo apontou a arma para a vítima, que entrou em luta corporal com ele para tomar a arma.
"Durante este embate, Temóteo detona o primeiro tiro e deixa Nilton sem chances chances de defesa, momento em que passa a fazer uso de sua frieza para concluir o ato criminoso que iniciaram, porém, sua arma falha e não mais detona os projéteis restantes", afirma o MPCE.
"Ajoelhado, atingido e indefeso, Nilton teve, então, a sua arma retirada da cintura e Temóteo, de forma firma, desfere vários tiros de misericórdia contra a vítima, saciando, então, o seu instinto criminoso".
A denúncia foi feita pelo MPCE em 27 de agosto de 2002 e em 2009 a Justiça pronunciou o réu, ou seja, entendeu que havia elementos suficientes para levá-lo ao Tribunal do Júri. Conforme Irani Moreira, irmã de Nilton, o acusado apresentou-se espontaneamente à delegacia, mas foi solto em alguns dias.
A demora para que o caso viesse, finalmente, a julgamento, ocorreu, conforme o advogado Helmo Meneses, assistente de acusação, por causa dos recursos que, em um processo penal, cada decisão tomada pode receber.
“Neste caso, foram interpostos inúmeros recursos, que após serem decididos no TJCE, resultaram na interposição de novos recursos para as instâncias superiores, como o STJ”. Em março de 2021, o ministro Luiz Fux negou seguimento ao recurso, fazendo com que o julgamento pudesse, enfim, ter a data marcada.
Desde que a data foi marcada, só cresceu a expectativa para a família de Nilton de ter uma resposta pela morte do seu ente querido. Os familiares chegaram a realizar uma manifestação na cidade para chamar atenção para o caso. O efeito foi o desejado e a 1ª Vara Criminal da Comarca de Iguatu solicitou, inclusive, o reforço do policiamento no Fórum.
Irani diz que Nilton nunca irá sair da lembrança da família. Até hoje, ela o lembra como o caçula da família, que trazia alegria aonde chegava e que gostava de viver. Enquanto policial, era uma pessoa querida em toda a cidade. Em meio a lágrimas, Irani diz que o tempo não apagou a dor da perda nem o desejo por Justiça.
Autor Lucas Barbosa
Foto - Arquivo Pessoal
Fonte - O Povo Online
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