"A situação dos recursos hídricos hoje no Ceará é bem melhor do que no ano passado. A gente tinha um armazenamento da ordem de 4 bilhões de metros cúbicos (m³) de água e hoje estamos com 6 bilhões de m³", aponta Ramon Rodrigues, secretário-executivo dos Recursos Hídricos.
Os acumulados registrados na bacia hidrográfica do Litoral foram os mais expressivos dos últimos dias. Na região, já são cinco açudes monitorados sangrando: Mundaú, Gameleira, Quandú, São Pedro Timbaúba e Poço Verde. Em apenas uma semana, a reserva acumulada na bacia passou de 62% para 80%.
A Região Metropolitana também chama a atenção com seis reservatórios vertendo: Acarape do Meio, Aracoiaba, Germinal, Itapebussu, Pesqueiro e Tijuquinha. Rodrigues aponta que a expectativa é de que a região chegue a 100% da capacidade de armazenamento. Atualmente, esse valor está em 66%.
Para o secretário, a expectativa é importante para que o Ceará tenha reservas que garantam todos os usos durante o segundo semestre de 2023. Caso a bacia Metropolitana chegue ao máximo, o abastecimento humano da região com maior população ficará garantido e não haverá necessidade de transferir águas do Interior.
"Essa água ficando no Interior abastece aquelas populações e também (dá a possibilidade) de trabalhar com irrigação e com indústria, ou seja, gerar emprego e renda", completa Rodrigues.
Dos quatro maiores reservatórios do Estado, apenas o Araras, na Bacia do Acaraú, encontra-se em situação bastante confortável, com 73,6% da capacidade, expõe o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias. O açude Orós está com 47,5%; o Castanhão, com 20,6%; e o Banabuiú, com apenas 10%.
Farias explica que para que aconteçam aportes significativos é necessário que as chuvas ocorram de forma contínua e no local adequado.
O quadro de reservação hídrica ainda varia de região para região. Bacias como a do Coreaú (86,2%), Acaraú (70,2%) e Metropolitana (66,1%) contrastam com as regiões hidrográficas do Banabuiú (11,8%) e Sertões de Crateús (13,4%).
“Isso decorre de uma das principais características do nosso regime de chuvas, a irregularidade no tempo e no espaço. Ou seja, nossas chuvas não são homogêneas no território, nem constantes”, expõe o presidente da Cogerh.