O Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou um corte no limite de juros dessa modalidade de 2,14% para 1,70% ao mês.
Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) criticou a medida. “O setor financeiro já havia se manifestado – e agora reitera a posição – junto ao Ministério da Previdência, INSS e a outros interlocutores no governo, afirmando que, neste momento, considerando os altos custos de captação, eventual redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta de empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado”.
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que reúne instituições financeiras de pequeno e médio porte, também se manifestou, afirmando que o novo percentual deve reduzir a oferta de crédito para os aposentados e pensionistas.
"Há preocupação de que os baixos tetos estabelecidos afetem de maneira relevante a oferta de crédito, de modo que este público seja obrigado a migrar para modalidades com taxas mais elevadas, como o empréstimo pessoal (taxa média de 5,24% a.m.). Como agravante, um levantamento junto às IFs associadas indicou que mais de 40% dos tomadores do Consignado INSS estão negativados, o que os levaria a recorrer linhas com taxas aproximadas de 20% a.m", pontua a ABBC.
Em contato com esta Coluna, Wesley Vieira, diretor da Reali Intermediação de Negócios, empresa cearense do setor de correspondentes bancários, ressalta que a medida, pensada inicialmente para beneficiar os aposentados, surtirá efeito contrário. Considerando que a taxa básica de juros (Selic) está em 13,75%, portanto, bastante elevada, a retração do juro do consignado se mostra descolada da realidade, comenta.
As consequências, diz ele, já estão sendo "catastróficas". "Hoje, 50% das operações de consignado são feitas por correspondentes bancários. E essa nova taxa inviabiliza a oferta para os principais agentes do mercado", frisa o empresário.
Ele informa que 90% das operações realizadas pelos correspondentes são referentes ao consignado do INSS, dado que mostra a dimensão do impacto dessa medida para o setor.
A Reali emprega diretamente 200 pessoas e indiretamente, mais de 1.500 agentes de crédito.
fonte - Diário do Nordeste