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Ceará encerra fevereiro com cinco açudes sangrando, aponta Cogerh; Além dos açudes que transbordaram, outras cinco barragens acumulam volumes acima de 90%

 Primeiro mês da estação chuvosa no Ceará, fevereiro chega ao fim com cinco açudes sangrando. Outros cinco reservatórios acumulam volumes acima de 90% da capacidade total e estão na iminência de transbordar. Os dados foram extraídos do Portal Hidrológico do Ceará, gerenciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), nesta terça-feira, 27, na atualização divulgada às 18h07min.

Estão com as águas vertendo os açudes Muquém (Cariús), Valério (Altaneira), Germinal (Palmácia), Tijuquinha (Baturité) e Rosário (Lavras da Mangabeira). Este último tem a maior capacidade hídrica entre as cinco barragens, cerca de 47 milhões de metros cúbicos (m³), e atingiu 100% da capacidade ainda no dia 23 de janeiro.

Dos reservatórios com aportes acima de 90%, o Caldeirões, em Saboeiro, é o que está mais próximo de verter suas águas, com volume na casa dos 99%. Em seguida aparecem o açude Curral Velho, em Morada Nova, com 97%, e o açude Aracoiaba, em município homônimo, com 96%. Também estão perto de sangrar o Ubaldinho, em Cedro, e o Itapajé, em cidade homônima, com 93% e 90% de suas capacidades, respectivamente.

A Cogerh monitora 157 açudes em todas as regiões do Estado. Juntas, as barragens podem acumular até 18,5 bilhões de m³. O volume atual é de 5,79 bilhões (m³), correspondente a 31,2% da capacidade máxima. O cenário é melhor do que em fevereiro de 2022, quando o índice chegava a 21,1% e havia apenas um açude sangrando.

Nos dois primeiros meses de 2023, os reservatórios cearenses acumularam cerca de 358,4 milhões de m³ de água, uma média diária de 8,8 milhões (m³). O Açude do Orós, segundo maior do Estado, armazenou o maior aporte: 80 milhões (m³). O Castanhão, a maior barragem, aparece logo depois com acréscimo de 60 milhões (m³), seguido do açude Itaúna (Granja), com pouco mais de 10 milhões (m³).

A reserva hídrica dos dois maiores reservatórios cearenses mais que dobrou na comparação com o mesmo período do ano passado. No Castanhão, o volume passou de 8% para 19,53%, enquanto o Orós evoluiu de 22,49% para 45,36%.

Já o Banabuiú, açude com a terceira maior capacidade de armazenamento, enfrenta um cenário de escassez, com aporte atual de apenas 8,8%. O reservatório integra a lista dos 68 açudes cujos volumes estão abaixo de 30%. Destes, 18 operam no volume morto, com menos de 5% de reserva hídrica, e nove estão completamente secos.

O mapa hídrico do Estado é dividido em doze bacias hidrográficas. Seis delas acumulam reservas acima de 50%: Baixo Jaguaribe (71%), Coreaú (70%), Acaraú (66%), Metropolitana (61%), Litoral (59%) e Salgado (53%). Nas demais os índices são os seguintes: Banabuiú (9%), Sertões de Crateús (13%), Curu (16%), Médio Jaguaribe (18%), Alto Jaguaribe (44%) e Serra da Ibiapaba (49%).

De acordo com o diretor de Operações da Cogerh, Bruno Rebouças, a situação hídrica de todas as bacias será avaliada pelos comitês locais em junho, após o encerramento da estação chuvosa. Os colegiados irão analisar se os volumes acumulados são suficientes para o abastecimento hídrico da população. “O intuito é garantir uma operação segura para todos e atender as demandas prioritárias”, explica o diretor.

Em 2022 o Ceará teve a segunda maior evolução hídrica da última década. De acordo com dados consolidados pela Cogerh, o Estado encerrou o ano com um acréscimo de 5,1 bilhões de m³ nos reservatórios monitorados. De 2012 até o ano passado, o maior aporte foi registrado em 2020 (5,99 bilhões/m³) e o menor em 2015 (0,75 bilhão de m³).

Autor Luciano Cesário

(foto: Divulgação/Cogerh )

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