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Mesmo com redução das chuvas no CE, número de açudes acima de 90% da capacidade é o maior desde 2011; barragem de São Gonçalo, no Município de Catarina acumula 61%, 12,28 milhões de metros cúbicos.

 

A última vez que a barragem de São Gonçalo sangrou foi em maio de 2011.

A quantidade de açudes cearenses com volume de armazenamento hídrico acima dos 90% é o maior dos últimos 11 anos para esta reta final de agosto. O bom cenário se manteve mesmo diante das reduções pluviométricas registradas no Ceará. O levantamento foi realizado pelo Diário do Nordeste, com base nos dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Atualmente, são 50 açudes com mais de 90% - dentre os quais, oito estão sangrando (confira lista ao fim da matéria). Em igual período do ano passado, eram apenas 13. Em 23 de agosto de 2020 - ano que obteve os maiores recordes pluviométricos desta última década - eram 34 reservatórios acima dos 90%. A Cogerh monitora 155 açudes.

 

Este índice foi alicerçado, sobretudo, com as chuvas registradas ao longo da quadra chuvosa, a segunda melhor da última década. Dentre os meses que compõem este período (fevereiro/maio), março foi o mês com maior volume absoluto de precipitações registradas. 

 

Naquele mês a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) anotou 265.5 milímetros de chuva. Em março, foram aportados 1,52 bilhão de metros cúbicos, mais que o dobro do volume aportado em março de 2021 (0,53 bi m³). Em abril deste ano, os reservatórios conquistaram a maior recarga de todo o ano. Conforme dados da Cogerh, naquele mês foram 1,65 bilhão de m³. Para se ter uma ideia da importância deste número, a recarga conquistada em abril deste ano é superior ao todo aportado nos anos de 2012 a 2017. Juntos, os oitos meses de 2022 já acumulam recarga hídrica de 5,14 bilhões de metros cúbicos.

 

Esse volume de água aportado é superior ao que fora registrado ao longo de 2021, quando a Cogerh anotou aporte de 1,75 bilhão de m³. Na prática, o que esses números representam para a população? "Nos açudes da Bacia Metropolitana temos garantia hídrica para os próximos dois anos sem precisarmos da água do Castanhão". A afirmação do titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SHR), Francisco Teixeira, dá mostras da importância do aporte hídrico conquistado neste ano.

 

Com a maioria dos açudes tendo adquirido boa recarga, o abastecimento humano entra em uma fase confortável, muito embora ainda não seja possível afirmar que o cenário é de "total tranquilidade". Essa ressalva, conforme já destacou o secretário em entrevista ao Diário do Nordeste, é justificada pelo volume hídrico de uma bacia em específico, a do Banabuiú, cujo índice é de apenas 11,81%. O açude Banabuiú, terceiro maior reservatório do Estado, fica na Bacia de mesmo nome. O reservatório tem menos de 10% de água armazenada.

 Dentre os três maiores açudes, esta é a pior situação. Contudo, apesar do diminuto armazenamento, as cidades no Sertão Central, assistidas pelo Banabuiú, não correm risco imediato de desabastecimento.

 

Açudes com mais de 90%:

Acarape do Meio,

Acaraú Mirim,

Amanary,

Angicos,

racoiaba,

Araras,

Ayres de Sousa,

Batente,

atucinzenta,

Cauhipe,

Curral Velho,

iamantino II,

Frios,

Gameleira,

Gangorra,

Gavião,

Itapajé,

taúna,

acacos,

Malcozinhado,

Maranguapinho,

Mundaú,

Muquém,

Olho d'Água,

Pacajus,

Pacoti,

Pau Preto,

Poço Verde,

Quandú,

Riachão,

Rosário,

Santo Antônio,

Faé (atualmente sangrando), 

Germinal (atualmente sangrando),

Itapebussu (atualmente sangrando),

Jenipapo (atualmente sangrando),

Junco (atualmente sangrando),

Penedo (atualmente sangrando),

Pesqueiro (atualmente sangrando),

Tijuquinha (atualmente sangrando).

 

Fonte – Diário do Nordeste

Foto – Vislandy Gomes




 

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